Para deleite da meia dúzia de leitores deste blog, publico trecho do texto "Sabatina Feita Com Um Matuto Presidente de Banco de Feira", do poeta e escritor paraibano JESSIER QUIRINO, no seu livro "PROSA MORENA", Edições Bagaço, Recife, 2005:
Senador - O sr. não acha que o governo tem realmente vontade de resolver este problema da seca?
Matuto - O que mais se perde neste mundo é vontade e cuspe, home!
Senador - E os açudes que os governos já construíram?
Matuto - Açude de papel e cuia emborcada não ajunta água não, cumpade véi!
Senador - E quanto aos políticos que já deram a palavra, que vão resolver esta situação caótica do Nordeste, o sr. também não acredita?
Matuto - Olhe, cumpade: sol de inverno, chuva de verão, choro de mulher e palavra de ladrão... esse aqui não fia não.
Senador - Mas o sr. não acha que a atual situação econômica está afetando pobre e ricos e o próprio governo?
Matuto - Tá nada, home!.. O pau entorta no cu do rico e do governo, mas só quebra no do pobre.
Senador - Como é que o pobre está sobrevivendo nesta crise?
Matuto - Gato com fome como até farofa de alfinete.
Senador - Como o sr. vê a justiça no Brasil?
Matuto - Da justiça, pobre só conhece os castigo.
Senador - Como o sr. está vivendo agora?
Matuto - Nasci nu, tou vestido; pra morrer pelado não custo.
Senador - O que o sr. acha da classe política brasileira?
Matuto - Olhe, cumpade véi, tem um magote ali dentro tão bom de roubo que, se vendesse o cavalo, achava um jeito de ficar com o galope.
Senador - E quanto aos prefeitos e vereadores?
Matuto - Ahhh! meu fi... Esses aí tão ensinando rato a subir de costa em garrafa.
Senador - E quanto à oposição?
Matuto - Humm?
Senador - A oposição!... O sr. acredita nos partidos de oposição?
Matuto - Hummmm!
Senador - O senhor acha que são realmente o que dizem? Íntegros, retos, austeros?
Matuto - Hum-hum!
Senador - O sr. é sempre assim, de poucas palavras?
Matuto - Palavra de homem é um tiro. Falar sem cuidar é atirar sem apontar.
Senador - Como homem do povo, que recado o sr. tem para os governantes?
Matuto - Meu recado é uma verdade: a gente nunca se esquece de quem se esquece da gente.
Senador - O sr. não acha que o governo tem realmente vontade de resolver este problema da seca?
Matuto - O que mais se perde neste mundo é vontade e cuspe, home!
Senador - E os açudes que os governos já construíram?
Matuto - Açude de papel e cuia emborcada não ajunta água não, cumpade véi!
Senador - E quanto aos políticos que já deram a palavra, que vão resolver esta situação caótica do Nordeste, o sr. também não acredita?
Matuto - Olhe, cumpade: sol de inverno, chuva de verão, choro de mulher e palavra de ladrão... esse aqui não fia não.
Senador - Mas o sr. não acha que a atual situação econômica está afetando pobre e ricos e o próprio governo?
Matuto - Tá nada, home!.. O pau entorta no cu do rico e do governo, mas só quebra no do pobre.
Senador - Como é que o pobre está sobrevivendo nesta crise?
Matuto - Gato com fome como até farofa de alfinete.
Senador - Como o sr. vê a justiça no Brasil?
Matuto - Da justiça, pobre só conhece os castigo.
Senador - Como o sr. está vivendo agora?
Matuto - Nasci nu, tou vestido; pra morrer pelado não custo.
Senador - O que o sr. acha da classe política brasileira?
Matuto - Olhe, cumpade véi, tem um magote ali dentro tão bom de roubo que, se vendesse o cavalo, achava um jeito de ficar com o galope.
Senador - E quanto aos prefeitos e vereadores?
Matuto - Ahhh! meu fi... Esses aí tão ensinando rato a subir de costa em garrafa.
Senador - E quanto à oposição?
Matuto - Humm?
Senador - A oposição!... O sr. acredita nos partidos de oposição?
Matuto - Hummmm!
Senador - O senhor acha que são realmente o que dizem? Íntegros, retos, austeros?
Matuto - Hum-hum!
Senador - O sr. é sempre assim, de poucas palavras?
Matuto - Palavra de homem é um tiro. Falar sem cuidar é atirar sem apontar.
Senador - Como homem do povo, que recado o sr. tem para os governantes?
Matuto - Meu recado é uma verdade: a gente nunca se esquece de quem se esquece da gente.
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