(Matéria transcrita do jornal Gazeta do Triângulo)
Transferência do Pronto-Socorro gera expectativa na população
Escrito por Talita Gonçalves
Qua, 29 de Junho de 2011 00:42
"Uma das principais reivindicações da população araguarina é a melhoria urgente do atendimento na área de Saúde. Todos os dias, centenas de pessoas passam pelo Pronto Socorro Municipal, e a maioria tem motivos para se queixar. Os funcionários e médicos precisam lidar com dificuldades internas e ainda socorrer os pacientes.
Para amenizar o problema, a prefeitura pretende transferir no dia 1º de agosto o Pronto-Socorro Municipal provisoriamente para as instalações do Hospital Municipal Nephtali Guimarães Ferreira, para que o antigo prédio situado à praça da Constituição dê lugar a UPA - Unidade de Pronto Atendimento.
Devido às inúmeras irregularidades apontadas no prédio do Hospital, obra entregue em 2003 pelo então prefeito Marcos Antônio Alvim, a prefeitura contratou engenheiros da Universidade Federal de Uberlândia para elaborarem um laudo com as medidas necessárias para possibilitar a transferência.
Sensibilizado com a situação, o engenheiro José Radi elaborou um laudo sobre a estrutura do prédio e entregou à prefeitura. “Ninguém me contratou. Fiz esse serviço como cidadão araguarino para agilizar o processo de abertura do Pronto Socorro. A estrutura não tem problemas, asseguro isso com meus 30 anos de profissão. Minha intenção é justamente que isso sirva de referência para a prefeitura,” disse.
Apesar de não ser especialista em arquitetura, o engenheiro afirma que também do ponto de vista arquitetônico, não há problemas com o Hospital Municipal. “A Santa Casa funciona num prédio antigo, e foi adequada para isso. Uma vantagem muito grande que vejo no Hospital é uma área espaçosa que futuramente pode ser utilizada para expandi-lo,” ressaltou.
Segundo ele, é preciso colocar grelhas entre o pátio e o hospital para receber a água pluvial, calhas para diminuir a intensidade da água e adequação na caixa d’água. “Assumo esse laudo com todas as penas da lei. Não seria justo com a profissão que tenho permitir e admitir uma coisa dessas. Quantas pessoas morreram e quantas passam dificuldade com esse atendimento,” declarou.
A reportagem procurou a secretária de Planejamento Thereza Christina Griep. Segundo ela, existiu uma liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária em 2006, mas não houve vontade da administração em colocar o Hospital para funcionar. “A edificação não condiz com o que foi apresentado no projeto. Estamos trabalhando para que a transferência aconteça no tempo previsto,” expôs.
Quanto ao laudo da UFU, que ainda não foi entregue, a secretária ressaltou que não há atraso, e sim o processo de contratação que foi demorado. “São necessários diversos documentos para a conclusão, como a topografia do terreno, das ruas próximas, sondagem do terreno para avaliar inclinação, entre outros,” finalizou. "
COMENTÁRIO DO BLOG:
Já me pronunciei, inúmeras vezes, sobre a questão.
Em 2007, entreguei o ALVARÁ SANITÁRIO, expedido pela Vigilância Sanitária Estadual, pessoalmente ao então prefeito Marcos Alvim, com validade de 12 meses e com a RENOVAÇÃO condicionada à realização das adequações. Portanto, o hospital municipal poderia ter sido aberto imediatamente. Ingerências e omissão foram responsáveis pela inércia e pela não abertura do hospital.
Mantenho cópia digital de documentos e informações preciosas sobre o assunto.
Não fosse o movimento contrário de setores da saúde privada (inclusive um virtual pré candidato a prefeito), de vereadores da base do governo e da própria cúpula governamental, o hospital estaria em pleno funcionamento.
Este é mais um exemplo do dano provocado à Saúde Pública pela interferência de políticos profissionais, para quem a desgraça e o sofrimento da população pobre é combustível eleitoral. Também contribui para o caos a submissão covarde de gestores públicos a setores privados da saúde, para quem também não interessa que o SUS funcione adequadamente.
Estive e estou aberto ao debate. Sem ofensas, sem subterfúgios. Apenas munido da esperança de que, um dia, o país, a população e os agentes políticos tenham outra visão e outra atitude em relação ao Sistema Único de Saúde.
Transferência do Pronto-Socorro gera expectativa na população
Escrito por Talita Gonçalves
Qua, 29 de Junho de 2011 00:42
"Uma das principais reivindicações da população araguarina é a melhoria urgente do atendimento na área de Saúde. Todos os dias, centenas de pessoas passam pelo Pronto Socorro Municipal, e a maioria tem motivos para se queixar. Os funcionários e médicos precisam lidar com dificuldades internas e ainda socorrer os pacientes.
Para amenizar o problema, a prefeitura pretende transferir no dia 1º de agosto o Pronto-Socorro Municipal provisoriamente para as instalações do Hospital Municipal Nephtali Guimarães Ferreira, para que o antigo prédio situado à praça da Constituição dê lugar a UPA - Unidade de Pronto Atendimento.
Devido às inúmeras irregularidades apontadas no prédio do Hospital, obra entregue em 2003 pelo então prefeito Marcos Antônio Alvim, a prefeitura contratou engenheiros da Universidade Federal de Uberlândia para elaborarem um laudo com as medidas necessárias para possibilitar a transferência.
Sensibilizado com a situação, o engenheiro José Radi elaborou um laudo sobre a estrutura do prédio e entregou à prefeitura. “Ninguém me contratou. Fiz esse serviço como cidadão araguarino para agilizar o processo de abertura do Pronto Socorro. A estrutura não tem problemas, asseguro isso com meus 30 anos de profissão. Minha intenção é justamente que isso sirva de referência para a prefeitura,” disse.
Apesar de não ser especialista em arquitetura, o engenheiro afirma que também do ponto de vista arquitetônico, não há problemas com o Hospital Municipal. “A Santa Casa funciona num prédio antigo, e foi adequada para isso. Uma vantagem muito grande que vejo no Hospital é uma área espaçosa que futuramente pode ser utilizada para expandi-lo,” ressaltou.
Segundo ele, é preciso colocar grelhas entre o pátio e o hospital para receber a água pluvial, calhas para diminuir a intensidade da água e adequação na caixa d’água. “Assumo esse laudo com todas as penas da lei. Não seria justo com a profissão que tenho permitir e admitir uma coisa dessas. Quantas pessoas morreram e quantas passam dificuldade com esse atendimento,” declarou.
A reportagem procurou a secretária de Planejamento Thereza Christina Griep. Segundo ela, existiu uma liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária em 2006, mas não houve vontade da administração em colocar o Hospital para funcionar. “A edificação não condiz com o que foi apresentado no projeto. Estamos trabalhando para que a transferência aconteça no tempo previsto,” expôs.
Quanto ao laudo da UFU, que ainda não foi entregue, a secretária ressaltou que não há atraso, e sim o processo de contratação que foi demorado. “São necessários diversos documentos para a conclusão, como a topografia do terreno, das ruas próximas, sondagem do terreno para avaliar inclinação, entre outros,” finalizou. "
COMENTÁRIO DO BLOG:
Já me pronunciei, inúmeras vezes, sobre a questão.
Em 2007, entreguei o ALVARÁ SANITÁRIO, expedido pela Vigilância Sanitária Estadual, pessoalmente ao então prefeito Marcos Alvim, com validade de 12 meses e com a RENOVAÇÃO condicionada à realização das adequações. Portanto, o hospital municipal poderia ter sido aberto imediatamente. Ingerências e omissão foram responsáveis pela inércia e pela não abertura do hospital.
Mantenho cópia digital de documentos e informações preciosas sobre o assunto.
Não fosse o movimento contrário de setores da saúde privada (inclusive um virtual pré candidato a prefeito), de vereadores da base do governo e da própria cúpula governamental, o hospital estaria em pleno funcionamento.
Este é mais um exemplo do dano provocado à Saúde Pública pela interferência de políticos profissionais, para quem a desgraça e o sofrimento da população pobre é combustível eleitoral. Também contribui para o caos a submissão covarde de gestores públicos a setores privados da saúde, para quem também não interessa que o SUS funcione adequadamente.
Estive e estou aberto ao debate. Sem ofensas, sem subterfúgios. Apenas munido da esperança de que, um dia, o país, a população e os agentes políticos tenham outra visão e outra atitude em relação ao Sistema Único de Saúde.
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