terça-feira, 14 de junho de 2011

ANTIGAS MODERNIDADES

(Artigo publicado na coluna "Painel", no jornal Diário de Araguari, edição de 14.06.2011)

ANTIGAS MODERNIDADES

Sou adepto do computador; tenho MSN, Orkut, Facebook, blog, twitter, e o escambau. Mas não abro mão da velha e boa prosa cara a cara, de preferência, com um bom cafezinho com broa, ou uma cerveja gelada, regada a torresmo ou salada de jiló. De quebra, uma boa cantoria, que ninguém é de ferro!

Sou adepto no novo dialeto do “internetês”, num espaço cibernético onde digitamos “vc”, “kd”, “qdo”, “blz”, “tdb” e todo tipo de abreviatura. Mas não abro mão da língua culta, da observância das regras gramaticais na redação formal, seja no meio empresarial ou acadêmico.

Sou adepto da modernidade, utilizo sempre o automóvel para locomoção. Mas, sempre que posso, caminho pelas ruas da cidade, exercitando as velhas pernas, vendo vitrines, cumprimentando pessoas, observando detalhes de construções e da natureza.

Sou adepto do progresso, do desenvolvimento. Afinal, foi para isto que o homem desde sempre se dedicou ao estudo, à pesquisa, buscando a evolução e o conforto com as invenções e as inovações. Porém, mantenho o vínculo com as tradições, para não perder o norte das minhas origens como ser humano e cidadão.

O modernismo é necessário; porém, não é um convite para o empobrecimento do idioma, do bom gosto ou da razão.

Vendo meus filhos, aos 26 e 19 anos, fazerem a mistureba musical e ouvir tanto o bom rock’n roll, com Aerosmith, Pink Floyd, Oasis, Nirvana, Rolling Stones, Eagles, AC/DC, quanto clássicos de Mozart, Bach, Beethoven, Ravel, passando por João Gilberto, Vinícius de Moraes, Chico Buarque, Milton Nascimento, Lupicínio Rodrigues, Noel Rosa, Araci de Almeida, Adoniran Barbosa, Kid Abelha, Titãs, Lobão, Elvis Presley, Beatles, e tantas outras “feras”, sinto que tem valido a pena não fechar os olhos para o novo, e nem deixar de lado tudo de bom que a tradição nos legou. De quebra, ainda tenho o prazer de conseguir ler o que escrevem, sem ruborizar com grotescos erros de ortografia ou concordância.


Vinícius de Moraes

Aerosmith


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