terça-feira, 5 de outubro de 2010

Quantos palhaços ?

(Artigo publicado em minha coluna semanal "Painel", no jornal Diário de Araguari)

A eleição do palhaço Titirica, e de outras “personalidades” para a Câmara dos Deputados, é um sinal de alerta para o país.

O mandato político, em tese instrumento de deliberação e implementação das políticas necessárias para o adequado regramento social, há tempos se tornou, para alguns, passaporte para desatinos e alvará para ações em proveito pessoal. Geralmente, mediante o uso irregular, quando não criminoso, do orçamento público.

A eleição de Titirica é uma piada? Certamente que sim. A sociedade resolveu responder com galhofa ao descaso, à soberba e à impunidade daqueles que teimaram (e teimam) em não respeitar os limites da legalidade e do bom senso, no exercício de função pública. E a resposta da sociedade acaba atingindo, eventualmente, até agentes políticos de conduta ilibada. Eleição é um jogo de azar. E que perde, com tudo isso, somos todos nós que necessitamos de um Estado eficiente e eficaz.

É tempo (na verdade, já passa da hora) de o país fazer uma reflexão. Passa da hora de a sociedade deixar de lado a usual letargia e exercitar, de fato, a cidadania; fiscalizando as ações dos poderes públicos, exigindo o cumprimento da lei e participando ativamente da vida política do país.

Mandato eletivo não é cheque em branco. E se erros e fraudes acontecem, se dão em grande parte pela certeza da omissão da sociedade, do desinteresse de cada um de nós em cobrar dos agentes públicos o respeito aos princípios da administração pública, dentre eles a moralidade, legalidade, transparência.

Enfim. Se, pontualmente, o voto se tornou um ato de molecagem, precisamos, urgentemente, refletir sobre quantos palhaços há, de fato, na cena política do país.

Boa semana a todos.