sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Resposta à coluna curta, do Jornal O Diário de Araguari do dia 02 de Dezembro de 2010.

(Texto publicado neste blog a pedido de um dos autores, o agente de endemias Wellington Collenghi, servidor municipal lotado na Secretaria Municipal de Saúde de Araguari-MG)

"Nós ex-supervisores do combate à dengue, viemos através deste, esclarecer algumas afirmações feitas na coluna curtas, que a nosso ver, foram levianas e tendenciosas, no intuito de denegrir nossa imagem perante a sociedade araguarina.

Consta na coluna que nossa saída foi motivo da fomentação da CLI. Infelizmente, não temos esse poder. O que levou a CLI foram fatos denunciados ao vereador Sebastião Vieira por outros funcionários da saúde que não se encontram lotado no combate a endemias. Salientamos ainda, que não temos qualquer contato com informações vindas do TFD, ignorando inclusive, a metodologia de funcionamento deste. Nossa participação no processo, ocorreu no âmbito democrático em que cidadãos acompanham e fazem valer sua representatividade.

Quanto a acusação da coluna (que inclusive não é assinada),que reproduziremos à neste trecho: “Falando nisso, os “agentes da dengue”, que foram retirados da função de coordenadores, efetivados por uma ação irresponsável da gestão M.Alvim, estiveram na câmara cobrando a CLI. A CURTAS ouviu de uma pessoa da área que as mudanças na coordenação foram justas, pois alguns teriam privilégios indevidos.” Bem, certamente a coluna poderá se for o caso( Judicialmente), informar que privilégios são esses. Afinal, o termo junto á população pode gerar dupla interpretação e denegrir ainda mais nossa já prejudicada imagem.

Trazendo alguma luz as acusações, salientamos que todos os Supervisores destituídos (o informante da coluna nem usa o termo correto), foram promovidos ao decorrer de vários anos de serviços prestados, e que antes do plano de cargos e salários, ganhávamos apenas 10 horas extras para supervisionar turmas. Com o advento do plano de cargos e salários, passamos a receber função gratificada para o desempenho da função. Essa gratificação é garantida pelo artigo 97 do plano de cargos e salário e é destinada àqueles servidores de carreira que exercem função que exige trabalhos além de sua atribuição inicial do cargo. Nada de privilégios, apenas cumpriu-se a lei. Todos os supervisores destituídos passaram por capacitações técnicas ao longo dos anos. Alguns já eram supervisores antes da entrada o governo Marcos Alvim. Nunca ouve nomeação de supervisor sem critérios técnicos. Somos técnicos, não políticos.

Quanto à nossa saída, mai um erro gritante por parte da “pessoa ligada à área”, nossa saída nada teve de justa. Desgastamos nossa imagem com a truculenta diretoria da Saúde, a partir do momento em que começamos a cobrar as promessas de campanha feitas pelo novo modelo. Foi nos prometido que votaríamos num coordenador, que do meio de nós através de sufrágio, ainda foi-nos prometido jornada de 6 horas, condições de trabalho, revisão de planos de cargos e salários no primeiro mês de mandato do Novo Modelo. Desde o advento do Novo Modelo, nada foi cumprido, e logo após a entrada da atual gestora, que provavelmente nada entende de democracia e parece não ser afeta ao contraditório e sim , aguerrida usuária da mão-de-ferro, perseguiu-nos e como não é adepta ao diálogo, achou mais prático retirar-nos do cargo. Mas judicialmente a Prefeitura terá que responder pelos atos da secretária.

Sugiro, e isso todo bom repórter deveria saber, que ouçam os dois lados da história antes de publicarem inverdades, onde apenas alcoviteiros tendenciosos. Destilam seu veneno e promovem “fofocas’ que tiram a credibilidade da imprensa. Estaremos procurando a redação deste jornal, depois de ouvir aconselhamento de nossos advogados, no intuito de que nossa versão também seja publicada. Infelizmente, não é a primeira vez que esta coluna publica inverdades sobre nossa categoria, e gostaríamos de salientar que nosso trabalho é grosseiro, mas nossa alma não.

Wellington Colenghi Galdino – Servidor Municipal
Claudimir Lourenço Rosa -- Servidor Municipal
Nossa opinião representa à de todos os colegas destituídos"

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Ministro da saúde: quem manda é o PMDB

Reação no PMDB barra Côrtes na Saúde

Menos de 24 horas depois de ter sido anunciado como o escolhido para o Ministério da Saúde da presidente eleita, Dilma Rousseff, o médico ortopedista Sérgio Luiz Côrtes viu seu nome revogado do cargo em meio a uma crise política envolvendo o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e a bancada peemedebista na Câmara.

Cabral era o padrinho da indicação, que não foi acatada nem pelo vice de Dilma, o deputado Michel Temer (PMDB-SP), nem pela bancada do partido.

Dilma ficou irritada com o que chamou de 'precipitação' no anúncio de nomes do ministério. Em reunião com médicos, ontem, no Centro Cultural Banco do Brasil, ela afirmou que os indicados para o setor ainda não foram definidos. 'Eu queria deixar claro para vocês que ainda não escolhi o meu ministro da Saúde', alertou, diante de uma plateia formada por nomes de peso, como o cardiologista Adib Jatene. E acrescentou: 'Mas ele (o novo ministro) honrará a tradição de Temporão e Adib Jatene'.
'O anúncio precipitado do nome de Côrtes o fez, provavelmente, dormir ministro e acordar sem a pasta', resumiu o deputado Rocha Loures (PR). Em reunião na Câmara, as lideranças do PMDB rejeitaram endossar o nome do secretário de Saúde do Rio. Se a presidente quiser mantê-lo, ele entra como parte de sua 'cota pessoal', disseram.
Foi o próprio governador Cabral que, no Rio, anunciou formalmente a suposta escolha de Sérgio Côrtes para suceder a José Gomes Temporão. 'Foi feito o convite por mim, em nome da presidente, e ele aceitou', confirmou Cabral na terça-feira à tarde, no Rio. No encontro da noite anterior, na Granja do Torto, Dilma advertiu o governador de que a indicação teria de passar pelo crivo do PMDB na Câmara e no Senado.

Fato consumado. Em conversas reservadas, integrantes da equipe de transição entendem que Cabral quis 'criar um fato consumado' e acabou causando desconforto político na aliança governista. O presidente do PMDB, Michel Temer, não escondeu sua contrariedade com o anúncio de Côrtes ele sequer participou da reunião em que o assunto foi tratado. Segundo seu relato, Cabral lhe telefonou para dizer que o pedido partiu de Dilma. 'Ele disse: 'Ó Temer, não procurei ninguém (do partido) porque isso foi cota pessoal. Ela (a presidente) me chamou, queria um técnico para a Saúde, disse que aprecia muito o trabalho de Sérgio Côrtes e, portanto, entrava na cota pessoal dela'', afirmou o vice eleito. Além disso, a cúpula do PT descobriu que há várias denúncias contra a gestão de Côrtes na Saúde do Rio.
Sabendo da contrariedade da bancada, Temer pediu licença a Cabral para relatar a conversa ao partido. 'Pode divulgar', respondeu Cabral.
O PMDB adianta que não pretende ser 'barriga de aluguel' para abrigar o indicado de Sérgio Cabral. Assim como Nelson Jobim, na Defesa, não pode ser creditado à conta do partido, o mesmo se aplicaria no caso da Saúde. Ao final do encontro da bancada, ontem, o líder do partido na Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), foi evasivo sobre a manutenção da indicação de Côrtes: 'Pode ser que sim, pode ser que não.'

terça-feira, 30 de novembro de 2010

UM RIO CHAMADO BRASIL

(Artigo publicado em minha coluna semanal "Painel", no jornal "Diário de Araguari")


Assunto da moda em todo programa de televisão, em toda mesa de buteco e toda roda de fofoca, a guerra urbana instalada na cidade do Rio de Janeiro, desde a semana anterior, merece uma profunda reflexão sobre suas causas.

O descaso da administração pública com a concepção e manutenção de políticas públicas eficientes e eficazes, aliada à falta de foco no cidadão - mantenedor do sistema através de impostos e maior vítima da incúria, da incompetência e da má-fé - são algumas das causas do caos social que assola o país.

O cidadão brasileiro se tornou refém de sistemas públicos ineficientes, sucateados e abandonados à própria sorte. No vértice desse triângulo de horrores, que de bermuda, de saia ou pelado provoca arrepios em qualquer um, está grande parcela dos detentores de mandatos políticos. Salvo honrosas e poucas exceções, a maioria dos que se lançam ao exercício de funções políticas, seja no legislativo ou executivo, tem olhos apenas para o próprio umbigo e o próprio patrimônio. Pouquíssimos passariam pelo crivo de um “vestibular” onde tivessem que discorrer sobre o papel do Estado, sobre elaboração de políticas públicas, sobre responsabilidade fiscal e princípios da administração pública. Uma fatia menor ainda se atreveria a prestar contas, publicamente, de todos os seus atos.

Daí que, a criação de poderes paralelos, estruturados em facções criminosas, não só foi tolerada como incentivada por indivíduos que sempre viram no cargo público um fim e não um meio de servir à sociedade. São os malandros oficiais (parodiando Chico Buarque de Hollanda).

Voltando ao caso da cidade do Rio de Janeiro, não basta as forças policiais e militares retomarem o espaço físico. Caberá ao poder público, ainda que tardiamente, planejar, executar e fiscalizar ações de atenção às necessidades básicas do cidadão. E noutra seara, cuidar para que, definitivamente, todos acreditem que, de fato, vale a pena cumprir a lei tendo a certeza de que o Estado também cumprirá suas atribuições legais. Caso contrário, o espetáculo dantesco de tiroteios em via pública se tornará uma (lamentável) rotina.

E que o restante do país cuide de repensar nosso presente e construir um futuro mais digno para cada um de nós.
Boa semana...

edilvomota@hotmail.com
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