sábado, 16 de outubro de 2010

Truculência faz mal à Saúde Pública

Na manhã deste sábado (16/10/2010) meu filho atendeu ligação telefônica.

Uma voz feminina, se identificando com "Sandra da Dengue" me mandou recado, dizendo que ando falando sobre problemas no Controle da Dengue e que isto pode me "causar problemas."

Como não conheço nenhuma "Sandra da Dengue" é óbvio que se trata de algum pau mandado do governo.

Ao que parece, o estilo truculento, medieval e autoritário do binômio PMDB/PT que no nível federal tenta na base da intimidação e da censura coibir o livre direito de expressão (vide censura ao jornal "O Estado de São Paulo"), também contaminou o governo local.

É lamentável a falta de tato, de bom senso e de desprendimento para lidar com a função pública e a espinhosa tarefa de lidar com o contraditório. Notadamente quando a opinião pública comenta fatos, sem fazer juízo de pessoas.

Nem "Sandra da Dengue, nem secretária de saúde, nem governo municipal devem perder tempo tentando me intimidar.

Devem todos, isto sim, se ocupar de redobrar esforços e competências para exercer com dignidade e eficiência as tarefas que a gestão da coisa pública lhes impõe e que foram delegadas pelo povo, através do voto.

E, cumprindo os preceitos da lei, todo governo deve, sim, satisfação a nós cidadãos/contribuintes que financiamos a administração pública através dos impostos que nos são cobrados diariamente. Mandato eletivo não é cheque em branco e a coisa pública não é domínio de meia dúzia (nem em modelos novos nem nos velhos).

De mais a mais, continuarei exercendo meu direito de expressão; respondendo, inclusive judicialmente, pelo que escrevo ou falo.

domingo, 10 de outubro de 2010

Crise (mais uma) na Saúde Pública de Araguari



Seria cômico, se não fosse trágico: secretária municipal de saúde convoca imprensa para informar sobre a situação da dengue e antecipar...


Estamos nessa campanha de informação a todos os moradores do município, pois é iminente que haja epidemia e óbitos por conta da dengue".


http://www.gazetadotriangulo.com.br/site/index.php?option=com_content&task=view&id=13541&Itemid=29


O dever da autoridade sanitária, em todos os níveis, é agir sempre com extrema cautela. Cabe ao gestor do SUS, além de coordenar e monitorar as ações preventivas, evitar atos sensacionalistas, sobretudo aqueles que possam gerar pânico na população.

Anunciar epidemia e óbitos por antecedência nos parece uma forma de, a exemplo de Pilatos, lavar as mãos ante a incapacidade de gerir um sistema complexo em sua estrutura e difícil de comandar, especialmente em razão da ingerência de políticos. Cabe (no caso caberia) à autoridade sanitária cuidar para que as atividades do Sistema Único de Saúde não sofram interferências de estranhos ao meio.

Justamente pela gravidade e a importância do setor, o comando da Saúde Pública não deveria ser loteado em negociações de campanha política, tornando o gestor de plantão "afilhado" do político verdadeiro "dono" do setor.

O pano de fundo da questão (dengue) é a crise institucional, configurada no cabo de guerra entre direção(?) da secretaria de saúde e supervisores da dengue. Todos os 12 supervisores foram destituídos do cargo, logo após a eleição de 03 de outubro. A partir da próxima 4ª feira, logo após mais um feriadão prolongado (menos para o mosquito da dengue) o setor (Controle de Dengue) poderá estar sem supervisores de equipes.

Os supervisores (alguns com 20 anos de experiência no combate à dengue) alegam perseguição, constrangimento e ingerência política no setor, com inserção de profissionais (não concursados) sem experiência. E prometem recorrer ao Poder Judiciário contra a exoneração, segundo eles imotivada.


Lamentável.
Depois reclamam quando nossa cidade é motivo de piada lá fora...