terça-feira, 1 de março de 2011

TUPACIGUARA TERÁ FÁBRICA DE AVIÕES

Projeto aeronáutico de Tupaciguara recebe R$ 700 mil
Gustavo Stivali (Correio de Uberlândia)

Autoridades presentes na apresentação do AX-2 Tupã
Autoridades presentes na apresentação do AX-2 Tupã

Foi anunciado ontem, na prefeitura de Tupaciguara, Triângulo Mineiro, o repasse de R$ 700 mil pelo governo estadual para a continuidade do projeto do avião AX-2 Tupã, que está em desenvolvimento naquele município. A quantia representa a segunda parcela dos R$ 2,19 milhões que a Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia destinou para financiamento de cálculos de engenharia e estudos aeronáuticos. O projeto ainda está em fase inicial e antes, no ano passado, já havia recebido R$ 1,5 milhão do governo estadual.
A empresa Axis Aerospace, responsável pelo desenvolvimento do AX-2 Tupã, espera receber neste primeiro semestre mais R$ 5 milhões do Ministério de Ciência e Tecnologia, para poder concluir a primeira fase do projeto.
A expectativa é de que em três anos e meio o modelo esteja pronto para comercialização. “O avião vai atender a uma demanda de mercado já esquecida – a de aeronaves de pequeno porte. Em 20 anos, esperamos vender 81 mil unidades”, afirmou Daniel Carneiro, presidente da empresa desenvolvedora do Tupã, que terá capacidade de transportar de seis a oito passageiros.

A produção do avião será feita em Tupaciguara, em uma fábrica a ser construída próximo à pista de pouso. Segundo o prefeito do município, Alexandre Berquó (PRB), a expectativa é de que sejam gerados até 4 mil empregos, quando a indústria estiver em completa operação. “Uma fábrica de avião demanda quase todo tipo de mão de obra, que vai desde um porteiro, uma faxineira até um engenheiro”, disse Berquó. Ele acrescentou que encontrar profissionais qualificados, como engenheiros aeronáuticos, não será problema. “A dificuldade seria a mesma se a fábrica fosse para São Paulo, por exemplo. Não temos muitos profissionais desse tipo no Brasil. É preciso formá-los”, afirmou.

Polo aeronáutico

De acordo com o secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Nárcio Rodrigues, há um projeto do governo mineiro para transformar o Estado em polo de produção aeronáutica. Além de Tupaciguara, os municípios de Itajubá, na região sul do Estado, e Belo Horizonte, na região central, respectivamente, terão suas indústrias para fabricação de helicópteros e aviões de grande porte. “Em primeiro momento, Tupaciguara foi escolhida pelo esforço político local e também por sua localização privilegiada. Está próxima de Uberlândia, que tem uma universidade que desenvolve pesquisas na área”, disse.
O presidente da Axis Aerospace, Daniel Carneiro, afirmou que vários fatores contribuíram para a escolha do município para instalação da fábrica. “Além da logística, a região tem uma topografia bastante favorável”, disse.


Município pode ter centro de pesquisas

Foi apresentado também ontem, na prefeitura de Tupaciguara, um outro projeto para construção do Centro Nacional de Energia Renovada no município. O instituto ocuparia uma área de 90 mil metros quadrados e seria destinado a pesquisas de energias solar, eólica, bicombustíveis e similares.

O investimento para a construção da sede do instituto é estimado em R$ 6 milhões.

Para desenvolvimento de pesquisas, a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) foi convidada para integrar o projeto. De acordo com o vice-reitor, Darizon Alves de Andrade, ainda não há posicionamento definido da instituição. “Foi feita uma proposta inicial pela secretaria de estado, mas ainda não há definição. A UFU entraria como parceira no desenvolvimento de projetos”, disse.

http://www.correiodeuberlandia.com.br/cidade-e-regiao/projeto-aeronautico-de-tupaciguara-recebe-r-700-mil/?doing_wp_cron

COMENTÁRIO DO BLOG: Bom para a saúde econômica e social de Tupaciguara...

ANATEL: IMORALIDADE COM DINHEIRO PÚBLICO



(Artigo publicado em minha coluna semanal "Painel" no jornal Diário de Araguari)
 
ANATEL: IMORALIDADE COM DINHEIRO PÚBLICO

Luís Osvaldo Grossman

A Anatel vai contratar uma empresa para pesquisar o grau de satisfação dos usuários da telefonia, fixa e móvel, e da TV por assinatura. Com a abertura das propostas das empresas convidadas, nesta sexta-feira, 25/2, por enquanto o resultado é favorável ao CPqD, por R$ 4,9 milhões – mas a disputa promete briga.
Como de hábito, a agência se valeu do regulamento próprio de compras de bens e serviços – regra questionada pelo Tribunal de Contas da União, pois não segue as premissas da legislação federal sobre licitações.
(Fonte: Publicação do Convergência Digital de 25 de fevereiro de 2011 Distrito Federal)

A desfaçatez com o dinheiro do contribuinte tornou a gestão pública, salvo honrosas exceções, uma verdadeira ilha da fantasia. Por todos os rincões do país, o desperdício de dinheiro público com ações que em nada beneficiam o cliente (contribuinte) é uma afronta aos princípios da moralidade, da economicidade e do bom senso (dentre outros).
Órgão governamental (incluindo agências reguladoras) não tem que torrar o suado (para o contribuinte) dinheiro dos impostos com “pesquisa de satisfação do consumidor”. O consumidor estará satisfeito quando os órgãos da administração pública exercerem, de fato, suas atribuições. Fiscalizando o correto uso dos recursos do orçamento, adotando boas práticas de gestão corporativa na escolha de seus quadros (nomeados por critérios políticos) e na exigência de que todos (concursados e nomeados) cumpram com zelo, eficiência e eficácia suas atribuições.
Como contribuinte, dispenso e condeno mais este ato de irresponsabilidade com o dinheiro público. Ainda mais quando, não obstante a inutilidade do mérito (pesquisa de satisfação) a Anatel decide, por sua conta e nosso risco, gastar dinheiro sem a observância das normas da Lei de Licitações.
Excelente oportunidade para os “representantes do povo”, incluindo senadores, deputados e vereadores, adotarem uma postura condizente com as atribuições de seus cargos e chamarem a Anatel às falas. E, ainda, o Ministério Público Federal interferir, em defesa do interesse público e das efetivas prioridades em termos de políticas sociais (saúde, segurança, educação, etc.).
Boa semana a todos.