quinta-feira, 13 de setembro de 2012

SUS: Boas notícias

País atinge antes meta de mortalidade infantil

Fonte: Jornal “O Estado de São Paulo”

Pelas Metas do Milênio da ONU, Brasil deveria reduzir índice para 19 por grupo de mil crianças até 2015; em 2011, já registrou taxa de 16 por mil
Melhora nos serviços médicos e na cobertura das vacinas e antibióticos são fatores para o avanço

Com quatro anos de antecedência, o Brasil atingiu as Metas do Milênio da ONU no que se refere à redução da mortalidade infantil até 2015 e tem uma das cinco maiores reduções no mundo em termos de mortes.

Dados que serão divulgados nesta quinta-feira, 13, pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Banco Mundial e Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que, em 2011, o Brasil já conseguiu ultrapassar a meta estabelecida.

Em 2000, a ONU fixou metas sociais para os países e deu 15 anos para que governos chegassem perto dos objetivos. A base de comparação usada foi o ano de 1990.

No caso do Brasil, a meta era de que as 58 mortes registradas para cada mil crianças em 1990 fossem reduzidas para 19 por grupo de mil em 2015. Mas, ao final de 2011, a taxa já era de 16 para cada mil crianças.

Em 1990, 205 mil crianças com menos de 5 anos morreram no País. Em 2011, foram 44 mil, uma queda de 73%, que apenas quatro outros países superaram. Apesar de ter atingido a meta, o Brasil ainda está distante dos índices de países ricos. Na Itália, Portugal ou Espanha, a proporção de crianças que morrem é de apenas um quarto da taxa brasileira.

Em 2011, em todo o mundo, 6,9 milhões de crianças morreram antes de completar 5 anos de idade. Em 2000, essa taxa era de 12 milhões.

Melhor atenção médica, maior renda das famílias, expansão dos serviços de saúde e maior cobertura de vacinas e antibióticos seriam os motivos do avanço brasileiro.
Graças aos avanços de Brasil, El Salvador, México e Peru, a América Latina está prestes a também alcançar o objetivo. A região, segundo o levantamento, promoveu uma queda de 64% nas mortes. “A América Latina está muito próxima de alcançar o objetivo e, se continuar no atual ritmo, chegará à meta”, disse o diretor do Departamento de Estatísticas Sanitárias da OMS, Boerma Ties.
Na região, a estimativa é de que 53 em cada mil crianças não chegavam aos 5 anos de idade em 1990. A taxa caiu para 19 por mil, muito próxima à de 18 por mil estabelecida pela meta. O caso mais dramático ainda é o Haiti. A taxa, hoje, é de 70 mortes para cada mil crianças, quando a meta estabelecia que o índice deveria ser 48 mortes por grupo de mil.

Hoje, 80% das crianças que ainda morrem antes dos 5 anos de idade estão na África e Ásia. Só na Índia morrem um quarto das crianças de todo o mundo, contra 11% na Nigéria, 7% no Congo, 5% no Paquistão e 4% na China.

PITÁGORAS

"Honra em primeiro lugar os deuses imortais, como manda a lei.
A seguir, reverencia o juramento que fizeste.
Depois os heróis ilustres, cheios de bondade e luz.
Homenageia, então, os espíritos terrestres e manifesta por eles o devido respeito.
Honra em seguida a teus pais, e a todos os membros da tua família.
Entre os outros, escolhe como amigo o mais sábio e virtuoso.
Aproveita seus discursos suaves, e aprende com os atos dele que são úteis e virtuosos.
Mas não afasta teu amigo por um pequeno erro,
Porque o poder é limitado pela necessidade.
Leva bem a sério o seguinte: Deves enfrentar e vencer as paixões:
Primeiro a gula, depois a preguiça, a luxúria, e a raiva.
Não faz junto com outros, nem sozinho, o que te dá vergonha.
E, sobretudo, respeita a ti mesmo.
Pratica a justiça com teus atos e com tuas palavras.
E estabelece o hábito de nunca agir impensadamente.
Mas lembra sempre um fato, o de que a morte virá a todos;
E que as coisas boas do mundo são incertas, e assim como podem ser conquistadas, podem ser perdidas.
Suporta com paciência e sem murmúrio a tua parte, seja qual for,
Dos sofrimentos que o destino determinado pelos deuses lança sobre os seres humanos.
Mas esforça-te por aliviar a tua dor no que for possível.
E lembra que o destino não manda muitas desgraças aos bons.
O que as pessoas pensam e dizem varia muito; agora é algo bom, em seguida é algo mau.
Portanto, não aceita cegamente o que ouves, nem o rejeita de modo precipitado.
Mas se forem ditas falsidades, retrocede suavemente e arma-te de paciência.
Cumpre fielmente, em todas as ocasiões, o que te digo agora:
Não deixa que ninguém, com palavras ou atos,
Te leve a fazer ou dizer o que não é melhor para ti.
Pensa e delibera antes de agir, para que não cometas ações tolas,
Porque é próprio de um homem miserável agir e falar impensadamente.
Mas faze aquilo que não te trará aflições mais tarde, e que não te causará arrependimento.
Não faze nada que sejas incapaz de entender.
Porém, aprende o que for necessário saber; deste modo, tua vida será feliz.
Não esquece de modo algum a saúde do corpo,
Mas dá a ele alimento com moderação, o exercício necessário e também repouso à tua mente.
O que quero dizer com a palavra moderação é que os extremos devem ser evitados.
Acostuma-te a uma vida decente e pura, sem luxúria."
                                                                     Pitágoras

terça-feira, 11 de setembro de 2012

SAÚDE: conceito mais amplo que o senso comum

Saúde Coletiva, como política pública, deve receber atenção completa, por se tratar de um direito básico do cidadão.

Quem imagina que a questão da saúde se resume a construir mais prédios, comprar equipamentos e contratar mais médicos aborda apenas um ponto (importante) da questão.

Resulta, então, que pensar saúde requer aprofundamento da análise de todas as determinantes e condicionantes que têm, direta ou indiretamente, impacto na qualidade de vida das pessoas.

Pense nisso. Inclusive na hora de votar!


domingo, 9 de setembro de 2012

Alguma poesia...

HOMEM COMUM
(Ferreira Gullar)


Sou um homem comum

de carne e de memória
de osso e esquecimento.

...e a vida sopra dentro de mim
pânica
feito a chama de um maçarico
e pode
subitamente
cessar.

Sou como você
feito de coisas lembradas
e esquecidas
rostos e
mãos, o quarda-sol vermelho ao meio-dia
em Pastos-Bons

defuntas alegrias flores passarinhos
facho de tarde luminosa
nomes que já nem sei

bandejas bandeiras bananeiras
tudo
misturado
essa lenha perfumada
que se acende
e me faz caminhar

Sou um homem comum
brasileiro, maior, casado, reservista,
e não vejo na vida, amigo,
nenhum sentido, senão
lutarmos juntos por um mundo melhor.

Poeta fui de rápido destino.
Mas a poesia é rara e não comove
nem move o pau-de-arara.

Quero, por isso, falar com você,
de homem para homem,
apoiar-me em você
oferecer-lhe o meu braço
que o tempo é pouco
e o latifúndio está aí, matando.

Que o tempo é pouco
e aí estão o Chase Bank,
a IT & T, a Bond and Share,
a Wilson, a Hanna, a Anderson Clayton,
e sabe-se lá quantos outros
braços do polvo a nos sugar a vida
e a bolsa

Homem comum, igual
a você,
cruzo a Avenida sob a pressão do imperialismo.

A sombra do latifúndio
mancha a paisagem
turva as águas do mar
e a infância nos volta
à boca, amarga,
suja de lama e de fome.

Mas somos muitos milhões de homens
comuns
e podemos formar uma muralha
com nossos corpos de sonho e margaridas.

 
(Brasília, 1963)