quinta-feira, 29 de julho de 2010

CENSURA??? Não!!!

Dias atrás, atendendo convite do apresentador Flávio Pires, concedi entrevista ao canal 15 de televisão, para o programa "Conexão". Apresentado por Flávio, o programa tem como foco especialmente a juventude araguarina.

Flávio pautou a entrevista, divida em dois blocos, da seguinte forma: no primeiro bloco, falamos de cidadania, controle social sobre as ações do poder público (empoderamento social), respeito às leis...

No segundo bloco, Flávio me provocou a falar sobre as eleições que se avizinham e sobre corrupção cometida por agentes políticos.

Discorri sobre esses temas sem dificuldades, criticando, de forma genérica, a má conduta de agentes políticos; porém, sem qualquer tipo de ilação. Lembrei que os picaretas não chegam ao poder sozinhos; eles são eleitos. E que o eleitor, como cidadão/contribuinte, tem o direito e o dever de fiscalizar a correta utilização do dinheiro público, fruto dos impostos que ele (cidadão) paga no cotidiano.

Nesta semana soube que algum (ou alguns) políticos com mandato não gostaram do teor da entrevista; e teriam questionado a direção do canal 15.

Às favas...

Se a carapuça serviu para alguém, eles que se sacudam e se acostumem a prestar contas de seus atos PÚBLICOS ao cidadão. E no espaço que tiver disponível, continuarei alertando a cada cidadão sobre seu papel de CONTRIBUINTE, mantenedor do orçamento público, e sobre a necessidade do efetivo CONTROLE SOCIAL sobre todas as ações da Administração Pública, notadamente sobre os atos de agentes públicos detentores de mandato eletivo. Se assim fosse, e o legislativo também exercesse DE FATO seu papel fiscalizador, não teríamos hospital fechado, desvio de eucaliptos, perseguição a servidores, enriquecimentos inexplicáveis, etc, etc...

Se todo agente político se esforçasse e desse uma lida básica na legislação da administração pública, teriam todos ciência de que o CONTROLE SOCIAL é mecanismo da democracia, revigorada (ao menos no papel) desde 1988, pela Constituição Federal e a legislação subordinada.

Preparo intelectual, serenidade para lidar com a cobrança da sociedade e transparência dos atos, são alguns dos atributos que todo agente político DEVERIA ter...

terça-feira, 27 de julho de 2010

OS LIMITES DA LIBERDADE

(Artigo publicado em minha coluna semanal "Painel", no jornal Diário de Araguari, em 27.07.2010)


Retomo neste artigo a questão da poluição sonora, que em Araguari beira às raias do absurdo e do intolerável, clamando por uma ação urgente das autoridades competentes.

A proliferação de carros, pick-ups e afins trafegando pelas ruas com som em altíssimo volume, atenta contra a saúde auditiva e a paciência de todos nós. Afora o (discutível) mau gosto das músicas, a invasão de privacidade coloca em foco uma questão dialética: até onde a presumível liberdade individual pode atentar contra o direito coletivo?

O que para mim (com certeza) é mau gosto, para outros pode ser o mais refinado exemplo de expressão artística. Porém, a convivência em sociedade nos impõe certos limites. Ninguém pode, sob alegação do direito de expressão, obrigar aos demais cidadãos a ver, nem ouvir aquilo que não querem.

No último sábado assisti a dois exemplos da nova onda de terror: pela manhã, caminhando pelo centro da cidade, observei vários veículos transitando com os intragáveis “bate-estacas” em altíssimo volume; inclusive disparando alarmes de outros carros estacionados. À tarde, em casa, enquanto jogava água nas plantas, vi (e ouvi) uma pick-up passar pelo menos duas vezes tocando o que seria uma música (algo parecido com “vô ti pegá/vô ti pegá”) em alto volume , enquanto o motorista falava ao celular e dirigia, ao mesmo tempo. Valha-me Deus; que alguém goste desse tipo de coisa eu até aceito, embora não compreenda. Mas me obrigar a ouvir esse lixo também já é um acinte.

Um bom exemplo para acabar com essa poluição sonora seria algumas lojas comerciais abolirem de suas portas as caixas de som, todas reproduzindo ao mesmo tempo uma série de músicas que se misturam aos “bate-estacas”, buzinas e etc. Não faço idéia do quanto isso possa alavancar vendas ou, no sentido contrário, irritar e afastar potenciais compradores.

Outra ação imediata seria a revisão do código de posturas do município. Afinal, é justamente para cuidar do interesse coletivo (incluindo a saúde auditiva) que a população (exceto os vendedores de voto) elege seus representantes e sustenta, com uma alta carga tributária, o funcionamento do poder público.

Boa semana !

edilvomota@hotmail.com
http://saudenatela.blogspot.com