terça-feira, 7 de dezembro de 2010

RECONCILIAR, SEMPRE

(Artigo publicado em minha coluna semanal "Painel", no jornal Diário de Araguari, edição 07.12.2010)
 
RECONCILIAR, SEMPRE

Na vida, talvez a mais árdua tarefa seja o exercício do perdão; a reconciliação verdadeira com desafetos casuais, a leveza da alma ante a sensação de injustiça.

Estender a mão a um suposto inimigo exige um nível de desprendimento que, por vezes, queda ante a dureza da alma. É preciso preparar a mente para assimilar que o infortúnio é fonte de crescimento, que a dor momentânea suaviza o coração; e que há dois mil anos um anjo, humano como nós nas dores da carne, desfaleceu suplicando “Pai, perdoai-os... eles não sabem o que fazem!!”.

Ante a ausência dos amigos nos momentos de dor, convém lembrar que o próprio Pedro, tomado pelo medo, negou seu mestre. E nem por isso se tornou menos santo.
Nada adianta cumprir rituais sacros, em horários preestabelecidos, em exposição pública de fervor e fé, se a alma empedernida insiste em classificar seres humanos em amigos e inimigos. E se as ações divergem do cântico, repetido mecanicamente em alto e bom som; mas em baixo nível de interação entre corpo e alma.

Eis que, mais uma vez, se aproxima a data de reverência ao nascimento de Cristo. E entre festas, presentes, ceias e abraços o mundo pede um minuto, ao menos, de reflexão sobre os caminhos que cada um constrói para a consolidação da solidariedade, da fraternidade e do amor ao próximo.

E que as promessas e a hipocrisia sejam, definitivamente, substituídas por ações.

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