quinta-feira, 19 de julho de 2012

UTILIDADE PÚBLICA: TABAGISMO X CÂNCER

PLANTÃO MÉDICO


Tabagismo – 90% dos casos de câncer poderiam ser evitados

Por Dr. Eurípedes Rodrigues Barra. (Oncologista do Hospital do Câncer de Uberlândia. Chefe do Setor de Oncologia do HC/UFU)



O tabaco é a principal causa de morte evitável no mundo. Estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que 30% das mortes por câncer são atribuídas ao tabagismo e 90% dos casos de câncer de pulmão ocorrem em fumantes. Dados que poderiam ser reduzidos significativamente se as pessoas deixassem de fumar. Mais de 24 mil novos casos seriam evitados todos os anos.

Gerado pela dependência da nicotina, o tabagismo expõe os usuários a cerca de 4.700 substâncias tóxicas, sendo 60 delas cancerígenas para o ser humano. A prática é considerada também como uma doença infanto-juvenil, já que 90% dos fumantes começam antes dos 19 anos. Além de ser prejudicial a quem consome, estudos recentes mostram que não-fumantes cronicamente expostos à fumaça do tabaco têm 30% de chances de desenvolver câncer de pulmão e 24% de doenças cardiovasculares. Os grupos de maior risco são as mulheres e as crianças, em função da exposição passiva no ambiente.

O Programa Nacional de Controle do Tabagismo sistematiza quatro grupos de estratégias: o primeiro voltado para a prevenção da iniciação do tabagismo; o segundo, envolvendo ações para estimular os fumantes a deixar de fumar; um terceiro grupo no qual se inserem medidas que visam proteger a saúde dos não-fumantes expostos à fumaça do tabaco; e, por fim, medidas que regulam os produtos de tabaco e sua comercialização. Em 15 anos, as ações desenvolvidas reduziram a proporção de fumantes na população brasileira, de 32% em 1989, para 19% em 2003. Contudo, a população de fumantes ainda é de aproximadamente 40 milhões de pessoas.

Estatísticas revelam que os fumantes, comparados aos não fumantes, apresentam risco:

• 10 vezes maior de adoecer de câncer de pulmão;
• 5 vezes maior de sofrer infarto;
• 5 vezes maior de sofrer bronquite crônica e enfisema pulmonar;
• 2 vezes maior de sofrer derrame cerebral;
• 80% das pessoas que têm câncer de boca, faringe, pulmão e traqueia são ou foram fumantes.

(Artigo publicado, originalmente, no jornal “SUPER AÇÃO”, do Hospital do Câncer de Uberlândia, edição Nº 40 de junho/2012.)

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