sexta-feira, 20 de agosto de 2010

SAÚDE NA FILA. ATÉ QUANDO?

(artigo publicado em minha coluna semanal "Painel", no jornal Diário de Araguari, em 20.08.2010)

Pesquisa recente feita pelo CONASS (Conselho Nacional dos Secretários de Estado da Saúde) demonstrou que para a população, a saúde ocupa o 1°lugar (24,2%) como problema mais importante enfrentado no cotidiano, seguida pelo desemprego (22,8%), situação financeira (15,9%), violência (14%).

Nesta semana, em entrevista à televisão, o líder do PT na Câmara, deputado Fernando Ferro, falou sobre o “esforço concentrado” daquela casa legislativa para votação de importantes temas, tais como as propostas de emenda à Constituição (PEC 300 que trata da remuneração de policiais militares e PEC 308 que dispõe sobre a elegibilidade de militares).

Indagado sobre a votação PLC 1/2003, projeto de lei complementar que trata da regulamentação da Emenda Constitucional 29 (EC 29) e define os parâmetros mínimos de investimentos na Saúde, o deputado desconversou. Disse que o projeto não está na pauta de prioridades e que “talvez” seja debatido após as eleições.

A declaração do deputado é sintomática e dá bem a conta do nível de prioridade que a Saúde Pública ocupa na agenda política. Afinal, todo governo que tem maioria no parlamento aprova o que quer, e quando quer.

Pelo texto do PLC 01/2003, o orçamento da saúde pública deverá ser composto por 10% das Receitas Correntes Brutas da União e da Seguridade Social (caso já tivesse sido aprovada, teria garantido um aporte adicional estimado para 2009, de aproximadamente R$29,5 bilhões). No caso dos Estados e o Distrito Federal o investimento mínimo previsto é de 12%, enquanto os municípios devem garantir para a saúde no mínimo 15% da arrecadação de impostos.

Enquanto o governo federal continua virando as costas para o financiamento do sistema público de saúde, pululam nas propagandas eleitorais (mais uma vez) as velhas promessas de “lutar pela saúde, pela educação, pela segurança, bla, bla, bla”. E o SUS, sem o devido e necessário aporte orçamentário-financeiro, continua refém da demagogia, submetendo o cidadão brasileiro ao descaso, mesmo sendo ele, via impostos, o financiador de todos os programas da administração pública.

Haja metáfora e paciência, para tanta hipocrisia, enquanto parte dos parcos recursos é gasta de forma irresponsável e na contramão do interesse público.

edilvomota@hotmail.com
http://saudenatela.blogspot.com

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